Mineração Sustentável Ganha Espaço no Brasil
O Brasil está consolidando rapidamente sua posição como potência global no setor de mineração de block reward, com avanços significativos em infraestrutura anunciados entre 30 de junho e 7 de julho. Impulsionado pelo acesso abundante a energia renovável, um marco regulatório progressista e parcerias estratégicas internacionais, o país desponta como referência para a mineração sustentável de Bitcoin. Entre os destaques recentes, está a parceria entre a Tether e a Adecoagro para geração verde de energia e a chegada de novos data centers no estado do Piauí, marcando uma fase transformadora para o setor e fortalecendo a liderança do Brasil no ecossistema latino-americano de ativos digitais.
Parceria Entre Tether e Adecoagro Inova Uso de Energia Limpa
Um dos acontecimentos mais relevantes ocorreu em 3 de julho, quando a Tether Holdings — emissora da stablecoin USDT — firmou acordo com a Adecoagro S.A., importante empresa de agronegócio da América do Sul, para explorar a mineração de Bitcoin com energia renovável. O memorando de entendimento prevê o uso da capacidade instalada de 230 megawatts (MW) de energia limpa da Adecoagro, proveniente de fontes solar, eólica e hidrelétrica, distribuída entre Brasil, Argentina e Uruguai. O objetivo é direcionar a energia excedente, que seria desperdiçada no mercado spot, para alimentar equipamentos de mineração.
A iniciativa conta com o uso do software proprietário Mining OS da Tether, desenvolvido para otimizar a eficiência dos processos e que deve ser disponibilizado como open source nos próximos meses. Isso pode abrir caminho para que outras empresas do setor agrícola adotem modelos semelhantes, ampliando o impacto positivo sobre o setor energético brasileiro.
Para Juan Sartori, presidente do conselho da Adecoagro, “essa colaboração une agricultura, energia e tecnologia de uma forma que redefine o conceito de mineração sustentável”. Já o CEO da Tether, Paolo Ardoino, destacou que “a riqueza em energias renováveis do Brasil torna o país um ambiente ideal para inovações ecológicas em cripto”.
O perfil energético do Brasil, com cerca de metade da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis — principalmente hidrelétricas —, cria uma base sólida para a mineração sustentável e de baixo custo. O projeto conjunto entre Tether e Adecoagro pode inspirar outros produtores a integrar a mineração de block reward à sua matriz energética, consolidando ainda mais o protagonismo brasileiro na produção sustentável de ativos digitais.
Expansão Internacional e Novos Investimentos em Infraestrutura
No dia 7 de julho, a empresa de mineração Enegix Global, do Cazaquistão, assinou um acordo com o governo do Piauí para instalar um data center de última geração no estado nordestino. O novo centro será beneficiado pela energia de baixo custo e pelo ambiente regulatório favorável da região, tornando-se um polo atraente para operações de mineração em larga escala. Autoridades locais ressaltaram o potencial do projeto para gerar empregos e dinamizar a economia local, tradicionalmente menos desenvolvida em relação ao Sul do país.
A chegada da Enegix reforça o apelo do Brasil para empresas globais de mineração. A Lei de Ativos Virtuais, promulgada em 2022 e regulada pelo Banco Central, trouxe segurança jurídica ao setor, estimulando a confiança de investidores estrangeiros. O novo data center do Piauí deve aumentar a capacidade nacional de mineração, somando-se a operações já consolidadas em estados como São Paulo e Minas Gerais.
Paraná Avança no Mercado Internacional de Carne Suína
Além dos avanços na mineração, o agronegócio brasileiro também comemora uma conquista importante no setor de proteína animal. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou o reconhecimento, pelo governo do Chile, do estado do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio do Ministério da Agricultura e Pecuária foi divulgado após publicação oficial no Diário Oficial chileno.
Até então, apenas Santa Catarina exportava carne suína para o Chile, amparada por um acordo prévio de pré-listagem, que amplia o acesso ao mercado para estados brasileiros elegíveis. A nova certificação do Paraná deve impulsionar o comércio do setor, trazendo novo fôlego às exportações brasileiras.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, atribuiu a conquista ao trabalho do ministro Carlos Fávaro e das secretarias responsáveis, destacando que a cadeia de exportação de carne suína do Brasil caminha para bater recordes impulsionada por esse novo reconhecimento.
No primeiro semestre deste ano, o Chile — quarto maior destino da carne suína brasileira — importou 55,9 mil toneladas do produto, movimentando US$ 140 milhões. O volume embarcado cresceu 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita avançou 30%.